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Inteligência Artificial, Feeling Economy e Soft Skills!

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É quase impossível falar em soft skills sem trazer para este artigo o tema da inteligência artificial, cada vez mais na ordem do dia.

Falar em soft skills numa era onde a AI (artificial intelligence) domina quase todas as temáticas é mais importante do que nunca. A inteligência artificial trouxe-nos, e irá continuar a trazer, mais eficácia e eficiência e vem mesmo eliminar alguns trabalhos até agora realizados apenas pelo ser humano. Eis uma razão mais do que suficiente para reforçar a necessidade do ser humano desenvolver competências que os robots nunca terão.

Mais do que nunca, desenvolver fortes competências emocionais de relacionamento interpessoal são fator chave de sucesso em qualquer organização e numa era económica que se antevê chegar.

António Damásio afirma, no livro “O erro de Descartes” que nosso conjunto de escolhas pode ser moldado pela racionalidade, mas é a emoção que nos liga à ação.

Numa outra linha de pensamento e investigação, Roland T. Rust e Ming-Hui Huang, no livro “The Feeling Economy” deixam bem clara esta necessidade. Escrevem “Como a Inteligência Artificial está a criar a era da empatia”.

A Era da Feeling Economy é caracterizada pelo facto de os humanos voltarem à sua natureza humana.  Dar mais importância aos sentimentos (soft skills), em vez de  treinar para pensar como máquinas. Quanto mais avançadas as máquinas em racionalidade, mais os ser humano tem que desenvolver as suas soft skills no trabalho e na vida. Tendo em conta que a AI será cada vez mais madura e irá cada vez mais assumir as tarefas racionais é evidente que teremos que nos focar na vertente do sentir, das competências soft.

Não só as tarefas associadas às soft skills estão a tornar-se cada vez mais importantes, como assistimos aos sectores chamados “feeling oriented”  a dominar.

Afirmam os autores que a “feeling economy” será, sem dúvida uma economia de serviço porém dominada por aquilo que designam de “soft service” (saúde, liderança, cuidado pessoal) onde as soft skills são francamente mais importantes por oposição ao “hard service” (computação, engenharia, direito) que domina a era do pensamento.

Percebemos assim que a economia de serviço irá expandir-se, cada vez mais, na vertente soft e cada vez menos na vertente hard ou racional, se preferir.

Em suma, todas as linhas de investigação e desenvolvimento levam-nos a concluir que estamos numa era onde a inteligência artificial trata de pensar e nós tratamos de sentir. (“AI will do the thinking and humans will do the feeling” – Brend Scmitt, Columbia University).

Dediquemos por isso tempo ao desenvolvimento das nossas soft skills e destas competências nas nossas equipas e deixemos que as máquinas nos libertem tempo e disponibilidade mental para isso.

Votos de bom serviço, com muito “sentimento”!

Nota: Artigo publicado na revista RH Magazine nº 136 - Setembro/Outubro 2021