Os jogos olímpicos de Tóquio brindaram-nos com inúmeras histórias top service.
Atletas que partilharam o ouro ou atletas que desistiram de títulos por darem prioridade à sua saúde mental são apenas alguns exemplos inspiradores deste evento singular.
Esta história, porém, vem dar corpo a um princípio de que sempre falo e em que insisto. Quem mais ganha ao prestar um serviço de excelência ou em ser top service é o próprio. A história da Tiana e do atleta da Jamaica Hansle Parchment demonstra bem o que quero dizer com isto.
Comecemos pelo fim ou pelo final feliz de uma história inspiradora:
Hansle Parchment ganhou a medalha de ouro nos 110 metros barreiras.
Tudo começa quando o atleta apanha o autocarro errado para o local onde iria decorrer a sua prova. O autocarro que apanhou levou-o ao local onde iriam decorrer provas aquáticas. A alternativa, um carro oficial, não era viável já que todos os carros estavam ocupados. Teria assim que voltar a apanhar um autocarro para a aldeia olímpica e outro para o estádio o que iria revelar-se muito comprometedor para a sua preparação e corrida. Comenta o atleta, à posteriori, que se o tivesse feito não teria tido tempo nem para aquecer!
É nesta altura que aparece a Super Herói, Tiana, uma voluntária a trabalhar nos jogos Olímpicos de Tóquio 2021.
Had to share this story of showing gratitude to those who help you along the way.
You never know the difference you make when you help someone.Congratulations & well done @ParchmentHansle ??
Thank you for sharing @AndrewHolnessJM #Jamaica #Gratitude #Tokyo2020 #Olympics https://t.co/aYt1dKccm0
— Brenda Dacres (@Brenda_Dacres) August 8, 2021
No vídeo divulgado pelo atleta à posteriori pode ouvir-se:
“Se tivesse feito isso, não teria chegado nem a tempo de aquecer. Tinha de encontrar outra maneira. Tentei um carro dos Jogos, mas as pessoas eram muito respeitadoras das regras. Devia ter marcado antes. Vi uma voluntária [chamada Tiana] e tive de implorar, porque claro que ela não podia fazer muito. Deu-me algum dinheiro para apanhar um táxi e foi assim que cheguei ao aquecimento a tempo e competi”, pode ouvir-se.
O episódio é, por si só, tocante mas, delicioso é saber que depois de ganhar a sua medalha de ouro, procurou Tiana a quem fez questão de agradecer com uma camisola e devolver o dinheiro que lhe emprestou!
A somar a este reconhecimento, tão forte, o governo da Jamaica, na voz do seu ministro do turismo, Edmund Bartlett, já fez saber que, faz questão de receber esta voluntária e garantir que irá visitar a Jamaica.
“Não interessa onde ela está no mundo, queremos retribuir a gentileza mostrada a um dos nossos”.
Se acha que esta é uma história rara, certifico-lhe que não o é!
O mundo tem muitas histórias destas e Portugal idem. Poderia relatar-lhe histórias em que pessoas a atender Clientes numa loja de retalho foram convidadas para passar férias na Nova Zelândia, pessoas que encontraram o trabalho da sua vida pelo simples facto de terem sido top service com alguém!
Esta história, porém, está regada de um simbolismo singular. Uma medalha de ouro ganha graças não a dinheiro emprestado para apanhar um táxi, mas a uma vontade inegável de servir bem!
Parabéns Tiana,Parabéns Hansle Parchment, duplamente, e Parabéns Jamaica!
O serviço está mesmo em todo o lado!